DE TUDO UM POUCO

A PLATÉIA FOI O SHOW DE RAFAEL CORTEZ


Rafael Cortez iniciou cumprimentando o público, se apresentando, desfazendo algumas impressões e dizendo que queria conhecer mais da plateia. Irônico, pediu para que houvessem risadas mais altas para ajudar no show. Demonstrando estar bem a vontade em Jataí, o artista surpreendeu dizendo: “olha, vocês estão sendo vistos em São Paulo” (uma referência a cobertura de mídia local) e foi falando de pontos da cidade, como o Jatahy Shopping, o Supermercado Louana (onde, pelas referências lhe apresentadas, nas proximidades, durante altas horas da noite, funciona ponto de travestis) e o bairro Jacutinga (periferia). A farra do artista paulistano foi geral. Ele demonstrou ter sido assessorado e estar acompanhando a cidade, via internet, ao saber, por exemplo, que “o Rodeio já passou” e “hoje a única coisa que está acontecendo de atração aqui sou eu” disse aos risos. Rafael Cortez brincou com todo mundo. Quem fosse chegando atrasado também era ironizado: “mais um que chegou, ora vejam só! Ah não, esse é o produtor do show! (risos da plateia)”. E também, na costumeira cara de pau, perguntou: “quem aqui pagou inteira, quem pagou meia entrada para ver meu show e quem está aqui de graça? (risos da plateia)”. Sabendo que havia alguns menores assistindo, ironizou: “Vou tentar usar uma linguagem, digamos, mais politicamente correta quando tiver que falar sobre o ‘tchaca-tchaca na butchaca’ ou do ‘nheco-nheco’ porque vejo que tem crianças presentes aqui (risos da plateia)”. Depois ainda brincou com os adolescentes. O cômico, de forma surpreendente, perguntou ao público: “com quantos anos vocês perderam a virgindade? (risinhos surpresos de parte da plateia)” e pegou no pé dos universitários de repúblicas tirando o maior sarro: “república é conhecido como um lugar de cocaína, maconha e sexo. Eu digo isso porque moro na República Federativa do Brasil (primeiro foi ar de surpresa e depois entusiasmo da plateia)”. Ainda houve pilhagem à música sertaneja e seus artistas e também ao cantor Naldo dos quais o humorista não é fã. Rafael Cortez fez reinar a gozação (literalmente) ao perguntar, sem a menor cerimônia: “levante o braço quem aqui transou hoje?” e também, logo depois: “vou pedir para apagarem as luzes para que vocês imitem o som que fazem durante o ato sexual (surpresa e risinhos da plateia)”. Para piorar, o humorista pediu a participação de casais ao microfone imitando o barulho. Nessa parte, o destaque foi a participação de um tal de “Ricca” (nome fictício de um assessor parlamentar da cidade) que, segundo o humorista, estava levantando muito o braço (risos e zuação da plateia). Na parte seguinte do show foi a vez da participação musical. Com microfone na mão, Rafael percorreu o recinto fazendo as pessoas participarem de um tipo de quadro mais recreativo: "agora vocês verão as letras das músicas que sempre cantamos errado pensando estar cantando certo”. O mais engraçado foi uma moça que cantava a música “Burguesinha” (Seu Jorge) troncando parte da letra da seguinte forma: “Vai no cabeleireiro e no eletricista (e não no esteticista)”. De volta ao palco e com seu violão a tira colo, Rafael Cortez mostrou habilidades com o instrumento. Ele demonstrou as músicas que cantava errado (a pior de todas, segundo ele, era a “Música Urbana” do Capital Inicial, porque ninguém entende a letra) e, fazendo interessantes paródias ao estilo Bossa Nova e Flamenco, fez a plateia aplaudir. Depois, voltou à ironia. “Vamos tocar algumas músicas que vocês gostam adaptando ao estilo Bossa Nova”, disse atendendo a pedidos do público. O momento inusitado foi quando pediram para ele tocar, no ritmo de bossa nova, uma versão de um sucesso local chamado “Tirim” (Clésio dos Teclados) e o humorista protestou se negando a tocar (decepção e risos na plateia). No fim da parte musical, Rafael Cortez treinou a plateia para fazer coro a uma composição de sua autoria ("Todo mundo na balada, na balada do amor"). Antes de encerrar, o humorista fez alguns agradecimentos e distribuiu brindes (CDs) a alguns participantes. Na noite seguinte, domingo, 4 de agosto, Rafael se apresentaria em Goiânia. Mas como ele já tinha avisado que seu espetáculo é mutante, ou seja, se adapta ao local e a energia da plateia, provavelmente, suas outras apresentações serão diferentes da apresentada em Jataí.


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FICHA: “De Tudo Um Pouco”
- DIREÇÃO, AUTORIA E ELENCO: Rafael Cortez
- GÊNERO: Comédia “Stand-up”
- DURAÇÃO: 90 minutos
- CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 14 anos
- DATA: 03/08/2013
- HOR.: 20:00 h
- LOCAL: Centro de Cultura e Eventos-CCE
- INGRESSO: R$ 60,00 (inteira) / R$ 30,00 (meia)
- PROMOÇÃO: Agência de Goiânia (Ação Cultural) e Jorge Henrique (Jataí)